As mulheres veterinárias são majoritárias na liderança feminina no setor. E neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Panorama PetVet destaca a crescente participação delas em um dos setores mais promissores da economia nacional.
Segundo dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), divulgados em janeiro, o Brasil conta com mais de 200 mil médicos veterinários em atividade.
Desse total, quase 118 mil são mulheres, uma parcela de 58,5%. As profissionais são predominantes especialmente no Amazonas (52%), Espírito Santo (50,1%), Distrito Federal (57%), São Paulo (59%) e Rio de Janeiro (60%). Mas até 2018, eram minoria no exercício da profissão, de acordo com o Censo do CFMV publicado em 2020.
Mulheres veterinárias desde os primórdios
A presença de mulheres veterinárias na medicina começou com Nair Eugênica Lobo. Foi a primeira representante feminina a se formar na área no país, em 1929. Desde então, diversas profissionais têm se destacado em áreas como saúde pública, nutrição e bem-estar animal. Nomes como Mônica Dahia, Ana Cristina Nery, Márcia Lima e Manuela Fischer são exemplos de mulheres que se tornaram referências em suas especialidades.
Para o médico veterinário Francis Flosi, diretor da Faculdade Qualittas, essa transformação é uma conquista fundamental para o setor. “As mulheres têm desempenhado um papel essencial no avanço da medicina veterinária, trazendo inovação, empatia e um olhar atento ao bem-estar animal. Hoje, elas ocupam posições de destaque, desde a gestão de hospitais e clínicas até a presidência de entidades de classe e cargos de liderança em grandes empresas do setor”, afirma o especialista.
Desafios da medicina veterinária para mulheres
A força de trabalho feminina, porém, ainda encontra barreiras causadas pelo machismo e preconceito. Ao Panorama PetVet, Letícia Bello já havia contado que presencia até hoje donos de animais de estimação optando pelo atendimento por profissionais homens.
“Na especialidade de ortopedia, por exemplo, houve situações em que não quiseram falar comigo. Tem gente que ainda considera algumas áreas masculinas devido à percepção de exigência de força física”, desabafa. Ela é sócia-proprietária do Centro de Reabilitação Veterinária Flor de Lótus, com três unidades em Guarulhos (SP) e nos bairros paulistanos do Jardim Bonfiglioli e Moema. A empresa integra a Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários (ABHV).
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